Especialistas debaterão situação da costa brasileira e quais as perspectivas diante do cenário de emergência climática
5 de outubro de 2020A Fundação SOS Mata Atlântica realiza na próxima quarta (07), às 18h30, mais uma edição do Mata Atlântica em Debate, série de encontros virtuais da organização sobre temas relacionados à conservação do bioma mais ameaçado do Brasil. Desta vez, o tema será o Dia Nacional do Mar, em alusão a 12 de outubro, data criada por iniciativa da Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar em 1994. O evento é gratuito e será transmitido pelo Facebook e Youtube da Fundação.
Mediado por Herton Escobar, jornalista especializado em ciência e meio ambiente e repórter do Jornal da USP, o evento pretende provocar uma reflexão sobre a relação entre a situação das cidades litorâneas frente à adaptação para as mudanças climáticas e o papel de cada setor da sociedade neste processo.
Para isso, foram convidados Beatrice Padovani, professora da Univerdade Federal de Pernambuco (UFPE) e conselheira da Liga das Mulheres pelo Oceano, que contará um pouco a história do movimento conservacionista, as lições aprendidas e as perspectivas para o período entre 2021 e 2030, denominado Década da Ciência para o Oceano, declarada pelas Nações Unidas. Já Luciano Candisani, fotógrafo, mergulhador, velejador, autor de livros e narrativas fotográficas sobre o mar dará sua percepção a partir das vivências e registros do ambiente marinho, principalmente em manguezais. Por fim, Eduardo Hosokawa, chefe da Seção de Mudança do Clima da Secretaria de Meio Ambiente de Santos, contará a experiência local no tema e quais são as lições que outras cidades podem considerar nos próximos anos para lidar com a crise climática.
O Mata Atlântica em Debate acontece no momento em que o Brasil passa por uma sequência de altas temperaturas em diversas cidades, fator que, além de impactar a qualidade de vida das pessoas, também contribui para o aumento da temperatura do mar, derretimento de geleiras e aumento no nível dos oceanos.
Segundo o relatório “State of the Climate”, a última década (2011-2020) foi a mais quente da história do planeta e 2019 esteve entre os três anos mais quentes desde o século 19. Além disso, no ano passado, o nível médio global do mar ficou 87,6 mm acima da média de 1993, quando as medições de satélite começaram. A temperatura média global da superfície do mar foi a segunda mais alta já registrada – o ano recorde foi 2016, por conta do El Niño.
“Existe uma relação direta entre a crise climática e o desequilíbrio dos oceanos, seja como causa ou consequência. A região litorânea da América do Sul pode ser uma das mais impactadas pelas mudanças climáticas e restaurar a Mata Atlântica e seus ambientes costeiros pode ser uma das soluções“, afirma Diego Igawa Martinez, biólogo da Fundação SOS Mata Atlântica.