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05 de November de 2025
A Fundação SOS Mata Atlântica lançou hoje, durante o Summit Agenda SP+Verde, evento pré-COP30 em São Paulo, a Aliança pela Mata Atlântica, uma coalizão multissetorial que mobiliza o setor privado e parceiros institucionais para investir em projetos de conservação, restauração e proteção da biodiversidade no bioma. A iniciativa tem o objetivo de servir de exemplo de articulação e engajamento de diferentes setores, e visa contribuir especialmente para as bacias do Médio Tietê e do Médio Paraíba do Sul, territórios estratégicos para o futuro hídrico e climático do bioma.
A Aliança pela Mata Atlântica é o principal mecanismo de mobilização empresarial dentro da Estratégia Territorial 2023–2030 da Fundação SOS Mata Atlântica, um plano de longo prazo baseado em ciência e dados que busca promover resultados mensuráveis em conservação, restauração e governança ambiental.
A Estratégia Territorial concentra esforços em três eixos centrais: Água limpa (segurança hídrica e qualidade para milhões de pessoas), Biodiversidade (conservação de espécies e áreas protegidas) e Clima (mitigação das emissões e adaptação a eventos extremos). Essas ações contribuem para que o Brasil cumpra compromissos internacionais assumidos – como o Acordo de Paris, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Marco Global da Biodiversidade (GBF).
Por meio de inteligência e análises geoespaciais para identificar áreas prioritárias, o plano prevê, até 2030, restaurar diretamente 5 mil hectares e avançar rumo ao desmatamento zero nas bacias do Médio Tietê e do Médio Paraíba do Sul. A Fundação já aportou cerca de R$ 150 milhões em diferentes ações no território e buscará mobilizar mais R$ 350 milhões em investimentos. No total, a expectativa é atingir meio bilhão de reais até o fim da década.
“A Aliança nasce como um movimento de corresponsabilidade. Ela simboliza a força coletiva que precisamos para cuidar da Mata Atlântica, um bioma vital para o clima, a água e a economia do país. Estamos unindo parceiros que não apenas investem, mas que compartilham a visão de longo prazo de transformar um território desafiador em modelo de sustentabilidade e desenvolvimento”, afirma Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica.
Um território prioritário e replicável
As bacias do Médio Tietê e do Médio Paraíba do Sul, que se estendem por 5,5 milhões de hectares e abrangem 170 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, são um retrato do país: regiões de alta densidade populacional e econômica, mas também com grandes pressões ambientais.
Essas áreas concentram 12 milhões de habitantes, fortes demandas por água e energia e fragmentação florestal significativa - condições que tornam urgente uma abordagem integrada entre restauração, governança e desenvolvimento sustentável.
O território abriga ainda Unidades de Conservação simbólicas, como os Parques Nacionais da Serra da Bocaina e do Itatiaia, a Floresta Nacional de Ipanema e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, além de milhares de propriedades rurais com potencial de recuperação ambiental e produtiva. Só em Áreas de Preservação Permanente (APPs) no entorno de rios e cursos d'água, o potencial de restauração é de mais de 300 mil hectares.

Cooperação entre empresas e impacto regional
A Aliança reúne empresas que já são parceiras da SOS Mata Atlântica em diferentes frentes e que mantêm compromissos de médio e longo prazo com a conservação do bioma: CMA CGM (Logística), Grupo HEINEKEN (Bebidas), Itaúsa (Finanças), MOL Impacto (Comunicação), Motiva (Infraestrutura), Salesforce (Tecnologia), Scania Latin America (Transporte), Sol de Janeiro (Cosmético), União Química (Farmacêutica) e Ypê (Higiene e Limpeza).
Ao longo dos últimos anos, a Fundação SOS Mata Atlântica e seus parceiros já têm realizado investimentos contínuos na região. Somando iniciativas próprias e projetos em cooperação, o investimento acumulado já chega a R$ 150 milhões, contemplando restauração de áreas degradadas, criação e apoio à gestão de Unidades de Conservação, educação ambiental e políticas públicas voltadas à água e à biodiversidade.
“Com a nova Aliança, nosso objetivo é criar um ambiente de cooperação em que o investimento privado possa gerar benefícios coletivos e duradouros, fortalecendo cadeias da restauração, estimulando empregos verdes e dando escala a soluções baseadas na natureza”, explica Carlos Abras, gerente de Negócios e Mobilização de Recursos da Fundação SOS Mata Atlântica.
Além de contribuir para metas globais de clima, água e biodiversidade, a Aliança permite que as empresas reduzam riscos socioambientais e econômicos, fortaleçam suas credenciais ESG e atuem de forma colaborativa em uma agenda que alia impacto ambiental e desenvolvimento sustentável.
Os indicadores que orientarão a mensuração de impactos incluem área restaurada, carbono fixado, qualidade da água, conectividade ecológica e geração de empregos verdes.
“Queremos que a Aliança pela Mata Atlântica seja referência em ação coletiva e inovação, mostrando que conservar e restaurar é também uma agenda de desenvolvimento e prosperidade”, completa Carlos Abras.
Cooperação entre empresas e governo pela Mata Atlântica
Durante o Summit Agenda SP+Verde, o lançamento da Aliança pela Mata Atlântica ganhou força com um painel que reuniu lideranças públicas e empresariais em torno de um mesmo desafio: transformar a conservação e a restauração da Mata Atlântica em motores de desenvolvimento sustentável, segurança hídrica e prosperidade regional.
Com mediação de Roberta Faria, CEO da MOL Impacto, o painel contou com Natália Resende, Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo (Semil); Waldir Beira Júnior, CEO da Ypê; Natalia Cerri, gerente do Instituto Itaúsa; Ligia Camargo, diretora de Sustentabilidade Grupo HEINEKEN; Juliana Maria da Silva, Diretora de Sustentabilidade da Motiva; Katerina Elias-Trostmann, Diretora para Clima e Natureza da Salesforce na América Latina.
O debate reforçou o papel da cooperação entre setores e a necessidade de unir ciência, políticas públicas e investimento privado para dar escala à restauração e à conservação do bioma.
“Acredito muito na força das parcerias, as organizações trazem conhecimentos que as empresas não têm. Estamos muito felizes em fazer parte da Aliança para contribuir com a melhoria do clima, da água e do bioma no Brasil. A longevidade é um fator determinante para que um projeto gere impacto real”, declarou o CEO da Ypê. Desde 2007, a empresa é aliada em iniciativas da Fundação, tendo plantado mais de 1,2 milhão de árvores e apoiado de forma recorrente o programa Observando os Rios, que mobiliza cerca de 2 mil voluntários monitorando a qualidade da água em mais de uma centena de rios da Mata Atlântica.
“Quando estamos junto a outras empresas, conseguimos gerar um impacto muito maior. Estamos muito felizes com essa aliança", disse a representante da Salesforce. "A Mata Atlântica representa um enorme potencial de restauração da floresta, proteção das nascentes, melhoria da qualidade do ar e, especialmente, a união de esforços para criar um impacto multiplicador”, completou.
O painel deixou evidente que aliar a sustentabilidade à estratégia central das empresas e indústrias é a única forma de garantir o futuro das mesmas.
“As mudanças climáticas que estamos vivendo são resultado de escolhas de produção e consumo feitas ao longo do tempo. Precisamos repensar esses modelos. A Heineken acredita em iniciativas que estimulam esse olhar conjunto, entre empresas, sociedade e governo, para que nossos impactos sejam cada vez mais positivos”, afirmou Lígia Camargo.
Para Natalia Cerri, da Itaúsa, a Aliança é o espaço que permite fazer o que a ação pelo clima e pela biodiversidade mais precisa: sair da teoria e testar, em território, modelos de governança e financiamento que integrem conservação e desenvolvimento. "A presença do setor privado é essencial porque é nessa convergência que conseguimos construir soluções que façam sentido produtivo, econômico e ambiental ao mesmo tempo — criando caminhos concretos para uma economia mais produtiva e positiva para o clima, a natureza e as pessoas", declarou.
Juliana Silva, da Motiva, completa dizendo que a preservação da biodiversidade é um tema central na construção de soluções eficazes para enfrentar o aumento da frequência de eventos climáticos extremos. Também é fundamental para tornar as cidades e o nosso negócio mais resilientes às mudanças climáticas em curso. "Ao integrar a Aliança pela Mata Atlântica, um bioma estratégico para as operações da Motiva, reafirmamos nosso compromisso com a proteção ambiental no entorno dos nossos ativos e avançamos na agenda de biodiversidade. Essa iniciativa está alinhada ao nosso objetivo de garantir que os nossos impactos sejam integralmente compensados por ações de conservação e restauração florestal, em linha com o princípio 'no net loss'" explica.
Natália Resende encerrou o painel celebrando a articulação de diferentes setores em prol do bioma. "A Aliança pela Mata Atlântica tem um papel fundamental. Ela reúne uma grande diversidade de atores, e isso é essencial para avançar na agenda ambiental. Ficamos honrados de fazer parte dessa integração.”