Rede de ONGs da Mata Atlântica denuncia novas ameaças a defensores da natureza no Estado de São Paulo

11 de May de 2020

Nos últimos dias o ambientalista Djalma Weffort, presidente da Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (APOENA), entidade sediada em Presidente Epitácio (SP), tem recebido diversas ameaças de invasores de área protegida às margens do Rio Paraná. A APOENA, criada em 1988, é uma antiga e atuante organização da sociedade civil na região do Pontal do Paranapanema. Ela desenvolve vários projetos de conservação e recuperação ambiental e compõe a Rede de ONGs da Mata AtlânticaRMA, desde seu início. A APOENA tem a concessão da área de Reserva Legal de um conjunto de quatro assentamentos do INCRA na região, a qual tem sua restauração promovida por meio de diversos projetos. A área sofre em função de invasões para fracionamento do terreno e ocupação por ranchos de pesca. Os invasores destruíram mudas de um projeto de restauração de floresta no local em 2018, ensejando ação junto à Justiça Federal (Processo 5001380-18.2018.4.03.6112), que recentemente garantiu a retomada de posse da área. Porém, o principal responsável pelos delitos cometidos, inconformado com a decisão judicial, ainda resiste e passou a ameaçar Djalma Weffort e equipe. Diversas ameaças foram propagadas por meio de mensagens em aplicativos de redes sociais, gerando apreensão e insegurança, indicando que Djalma Weffort e equipe estão sob sério risco.  Foi efetuado o devido registo da ocorrência na Delegacia de Polícia local, contudo a RMA entende que, no atual cenário em que episódios de violência se avolumam, como o recente assassinato ocorrido no Parque Intervales, é fundamental que a sociedade se mobilize. Nesse sentido a RMA solicitou ao Governo do Estado de São Paulo a rápida apuração e adoção de todas as medidas legais cabíveis e necessárias, no sentido de garantir a segurança de todos os membros da equipe da APOENA, evitando-se o acréscimo de mais um caso à intolerável onda de violência contra a vida das pessoas e ao pouco que resta da Mata Atlântica.

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