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14 de January de 2022
Essa defasagem numérica de mais de 75% aumenta a dificuldade de se obter dados sobre as Unidades de Conservação da Mata Atlântica e omite a importância das UCs municipais para a proteção da Mata Atlântica. Possivelmente, a mesma situação ocorre nos demais biomas brasileiros.
O levantamento mostra que as categorias Área de Proteção Ambiental e Parque Natural Municipal correspondem a 72% do número total de UCs e a mais de 96% da área total protegida. Todos os estados da Mata Atlântica contam com pelo menos uma UC municipal, porém a maior parte dessas áreas concentra-se nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná: juntos, representam cerca de 66% do total de UCs municipais encontradas. Vale destacar que os três possuem estímulos para sua criação, como os Sistemas Estaduais de UCs e políticas de incentivo (com destaque para a repartição dos recursos do ICMS Ecológico, com critérios condicionados à presença de áreas protegidas nos municípios).
Também como parte da pesquisa, 157 municípios responderam a um questionário online e 80% deles indicaram algum nível de interesse dos municípios em criar mais UCs. O estudo sugere que esse potencial pode ser estimulado com incentivos, programas de apoio e outras políticas coordenadas entre estados e municípios.
“A paralisação e a ameaça às ações de conservação pela diretriz do governo federal abre espaço para que estados e municípios sejam protagonistas na proteção da biodiversidade, dos serviços ambientais, e nas ações de adaptação às mudanças climáticas, ao incorporarem a estratégia de áreas protegidas no planejamento de seus territórios. Os resultados do novo levantamento nos levam a inferir que existe potencial e interesse para isso”, afirma Diego Igawa Martinez, coordenador de áreas protegidas na Fundação SOS Mata Atlântica.
Para que esse potencial seja concretizado, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de incentivos e outros programas de apoio podem contribuir para impulsionar a proteção de ecossistemas por parte dos municípios. “A valorização das áreas protegidas pela sociedade, o fortalecimento da criação e gestão de áreas protegidas municipais e a coordenação das ações de conservação entre estados e municípios seguem como agendas positivas e prioritárias para promover a defesa e recuperação da Mata Atlântica”, completa Diego.