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26 de April de 2022
A maioria absoluta dos alertas (93,8%) aponta para áreas rurais, reafirmando a expansão da agropecuária como principal vetor do desmatamento na Mata Atlântica. A exceção foi a bacia do Tietê, em São Paulo, onde, com 156 ocorrências e área média desflorestada de quatro hectares, 65% dos casos foram provocados pela expansão urbana.
Para esse monitoramento inicial foram selecionadas bacias hidrográficas nas quais o desmatamento tem sido crítico. Na análise de Luís Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica, os dados agora consolidados demonstram que se trata de um problema persistente e cada vez mais preocupante. “Estamos falando de áreas onde qualquer perda afeta serviços ecossistêmicos, como a conservação da água e a regulação do clima. Precisamos fazer valer a Lei da Mata Atlântica e garantir o desmatamento ilegal zero pelo combate às derrubadas não autorizadas”, explica.
Os dados do segundo boletim do SAD Mata Atlântica representam um valor parcial do desmatamento do bioma em 2021. A partir do próximo relatório, toda a Mata Atlântica será monitorada seguindo os limites do mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica, com inclusão dos alertas já identificados desde o início deste ano. As informações vêm sendo disponibilizadas mensalmente na plataforma MapBiomas Alerta e os resultados são reunidos em boletins trimestrais publicados pela Fundação SOS Mata Atlântica.
Metodologia
O SAD Mata Atlântica utiliza uma classificação automática de indícios de desmatamento baseado na comparação entre imagens de satélite Sentinel 2 (dez metros de resolução), utilizando a máscara de formações florestais do MapBiomas, que representa 31% da área de aplicação da Lei da Mata Atlântica.
Esse método é capaz de identificar indícios de desmatamento a partir de 0,3 hectare. Os focos de potencial desmatamento são enviados para o MapBiomas Alerta e então validados, refinados e auditados individualmente em imagens de alta resolução. Cada alerta é cruzado com informações públicas, incluindo as propriedades do Cadastro Ambiental Rural (CAR), embargos e autorizações de desmatamento do SINAFLOR/IBAMA, para disponibilização em uma plataforma única, aberta e transparente que monitora todo território brasileiro.