A Mata Atlântica é aqui. E dai?

06 de December de 2006

Fundação SOS Mata Atlântica lança livro sobre seus 20 anos de luta pela conservação e proteção do Bioma. Pela primeira vez, uma publicação da ONG está à venda nas livrarias de todo o País

A Fundação SOS Mata Atlântica, uma das maiores entidades ambientalistas do Brasil, lançou na Semana do Meio Ambiente o livro “A Mata Atlântica é aqui. E daí? – história e luta da Fundação SOS Mata Atlântica”, de autoria da jornalista Ana Augusta Rocha e do ambientalista Fabio Feldmann. Os primeiros lançamentos foram em São Paulo e em Brasília. Posteriormente será lançado em outras capitais da Mata Atlântica. A publicação, da Terra Virgem Editora, com patrocínio do Bradesco, traça cronologicamente, da década de 50 até a atualidade, os principais problemas ambientais enfrentados pelo País, a mudança de percepção da população sobre o tema e as ações efetivas em defesa da Mata Atlântica. A obra narra a iniciativa de um grupo de jovens idealistas que, no início da década de 80, fundou a ONG Oikos, e em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica, que desde então atua na preservação e proteção desse bioma que está presente em 17 estados brasileiros e já perdeu 93% de sua cobertura original. “Lembro do Fabio Feldmann, certo dia na São Francisco (Faculdade de Direito da USP), dizendo que queriam fazer um aeroporto internacional em Caucaia do Alto, uma das últimas reservas florestais perto de São Paulo. Quando me dei conta, lá estava eu fazendo reuniões semanais, montando estratégias, organizando. Foi por instinto ou por impulso que abracei a causa e me tornei militante. Tempos depois criamos a Oikos – União dos Defensores da Terra -, nome que fazia alusão ao planeta, à nossa casa”, conta Roberto Klabin, atual presidente da Fundação SOS Mata Atlântica. Nas primeiras das 176 páginas do livro, a provocação do título “A Mata Atlântica é aqui. E daí?” é reforçada. Os escritores mostram com textos e fotos alguns dos impactos da destruição da Mata Atlântica no dia-a-dia das pessoas: a escassez de recursos básicos da natureza como água limpa, ar puro e a consequente diminuição da qualidade de vida. A publicação traz também o perfil e a contribuição de pessoas que se destacaram na defesa do Meio Ambiente. Esse é o caso de Roberto Klabin, atual presidente da Fundação SOS Mata Atlântica; João Paulo Capobianco, um dos fundadores da entidade; do arquiteto José Pedro de Oliveira – cuja atuação foi fundamental para a criação do Parque Estadual de Ilhabela e da Serra do Mar –; e de Paulo Nogueira Neto, que em 12 anos como secretário de Meio Ambiente do Governo Federal, protegeu mais de três milhões de hectares de Mata Atlântica transformando-os em estações ecológicas. Como ele lembra no primeiro capítulo da publicação: “Hoje a nova geração nem sabe, mas, nos anos 60 e 70, todas as pessoas que lutavam pelo meio ambiente em São Paulo cabiam em uma Kombi. Eram umas 12 pessoas, no máximo”. Os 10 capítulos chamam a atenção para problemas ambientais que surgem já no Descobrimento do Brasil e se avolumam com os ciclos econômicos, principalmente nos últimos 60 anos, desde a construção da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, em 1947, que se tornou o emblema mundial de um desenvolvimento desumano, até o alerta do Clube de Roma (grupo de cientistas e intelectuais de vários países), que resultou na primeira Conferência das Nações Unidas, denominada Homem e Biosfera, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972. Os autores destacam ainda os protestos, na década de 70, contra o desaparecimento das Sete Quedas, do rio Paraná, que ficariam submersas com a criação de um imenso lago para a usina hidrelétrica de Itaipu; o Relatório Brundtland, criado nos anos 80 pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU que definiu o conceito de desenvolvimento sustentável; o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, símbolo da proteção de comunidades locais e da floresta onde viviam; e a ECO-92, Conferência Mundial de Meio Ambiente, organizada pela ONU no Rio de Janeiro, que reuniu 180 chefes de Estado. Na segunda metade do livro, os autores tratam das soluções que também foram colecionadas neste período. Fazem um balanço dos projetos e programas desenvolvidos pela Fundação SOS Mata Atlântica ao longo desses 20 anos, assim como campanhas publicitárias e publicações que contribuíram para a conscientização dos brasileiros em relação ao tema. Entre eles, está o Atlas de Remanescentes Florestais, lançado pela entidade em 1989, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e que, pela primeira vez, mostrou a situação real do bioma no Brasil. “O que a SOS Mata Atlântica e o INPE vêm fazendo não é só a contabilização das perdas, mas também os ganhos: as florestas secundárias, em estágio inicial ou médio de recuperação. Então isso tem um papel bastante significativo em termos de conservação. (...) Ao monitorar os municípios, você confere a cada cidadão a possibilidade de exercer sua cidadania em prol do planeta, porque ninguém melhor do que ele para conhecer e cuidar das florestas da sua cidade”, explica Márcia Hirota, atual diretora de gestão do conhecimento e coordenadora do Atlas, pela SOS Mata Atlântica desde 1994. Encerra o livro, um manifesto lançado pela entidade, que representa um novo pacto com a sociedade. Manifesto SOS Mata Atlântica O ser humano é parte integrante da natureza. Acreditamos... Que a humanidade só garantirá a qualidade de vida quando souber conviver em harmonia com o meio em que vive. Que a responsabilidade da preservação é de toda a sociedade, com ações praticadas no seu dia-a-dia. Que a sensibilização de um indivíduo é base da mobilização coletiva. Que a nossa luta é hoje, agora e deve ser renovada a todo momento. Não podemos deixar para agir amanhã. Que a sustentabilidade da vida no planeta depende de uma economia que tenha o socioambiental como premissa. Nosso compromisso É urgente convocar nossa comunidade para o exercício de uma cidadania ambiental, responsável e comprometida com o futuro do nosso território, o bioma Mata Atlântica, patrimônio da humanidade. Esse é um compromisso de todos nós como reconhecimento do nosso vínculo, solidariedade, respeito e integração com a natureza. A contribuição da SOS Mata Atlântica é alertar, informar, educar, mobilizar e capacitar para o exercício da cidadania, catalisando as melhores práticas, os conhecimentos e as alianças.

Sobre a Terra Virgem Editora

A Terra Virgem Editora é especializada na documentação, publicação e divulgação de temas relacionados ao meio ambiente e sua sustentabilidade. Surgiu em 1993, mantendo desde então um catálogo de livros que desvenda o Brasil, seu ecossistema e sua gente, numa abordagem que reúne conhecimentos científicos em linguagem acessível e ensaios fotográficos exuberantes. Entre seus títulos destacam-se “Arquipélago Fernando de Noronha – o paraíso do vulcão”, "Chapada Diamantina - águas no sertão", livros da coleção “Tempos do Brasil” – sobre a história natural e a ocupação humana de importantes paisagens do nosso País; a série “Brasil Aventura”, um grande sucesso editorial, com seis volumes e mais de 50 mil livros vendidos, e “Amazônia: o Povo das Águas” do fotojornalista Pedro Martinelli, entre outros. Além das publicações, a Terra Virgem possui um arquivo com mais de 30 mil imagens exclusivas do Brasil e do mundo. Ficha Técnica Formato 21 X 24 cm Capa flexível Impresso a 4 cores em papel Reciclato Número de páginas: 176 Preço para o consumidor: R$ 48,00 Total de imagens: 184 ISBN 85-85981-42-3 Patrocínio: Bradesco  

Lista de livrarias onde o livro já pode ser encontrado

  • Livraria Cultura Av. Paulista - São Paulo (SP); Market Place - São Paulo(SP); Porto Alegre (RS); Shopping Villa Lobos – São Paulo (SP), - Brasília (DF) ou pelo site www.livrariacultura.com.br;
  • Livrarias Nobel Jardins – São Paulo(SP); Moema – São Paulo (SP); Taubaté (SP);
  • Livraria MTM Limeira (SP); Livraria Maxsigma – São José dos Campos (SP); Ponte de Tábuas – Rio de Janeiro (RJ);
  • Ponto das Letras Ilhabela (SP); Livraria da Vila – São Paulo (SP);
  • Banca Damauri São Paulo (SP);
  • Brazil Paper Shopping Raposo – São Paulo (SP);
  • Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (SP);
  • Livrarias SaraivaSão Paulo (SP)

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