Estudo indica melhora na qualidade da água da bacia hidrográfica do Tietê

22 de September de 2021

A qualidade da água do rio Tietê, avaliada com base na média dos indicadores medidos entre setembro de 2020 e agosto de 2021, apresentou uma tendência de melhora. A conclusão é do relatório Observando o Tietê 2021, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica neste 22 de setembro, Dia do Rio Tietê. O estudo faz parte do projeto Observando os Rios, que tem apoio da Ypê.

Confira aqui o relatório completo da Fundação SOS Mata Atlântica.

Maior rio paulista, com 1.100 quilômetros da nascente à foz, o Tietê corta o estado de São Paulo de leste a oeste e é dividido em seis unidades de gerenciamento de recursos hídricos (UGRHs), também chamadas de bacias hidrográficas. O monitoramento é realizado por voluntários da SOS Mata Atlântica ao longo de 576 quilômetros do rio principal, desde a nascente, em Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita. Os dados foram obtidos com a média do Índice de Qualidade da Água (IQA) em 53 pontos de coleta distribuídos por 21 rios em 25 municípios. [caption id="attachment_1090644506" align="aligncenter" width="576"] Nascente do rio Tietê em Salesópolis (SP)
Foto: SOS Mata Atlântica
A tendência de melhora vem sendo verificada desde 2016, quando a qualidade predominante da água nas bacias monitoradas passou a ser regular em grande parte dos pontos de coleta – foi de 59,15% em 2015 a 66,3% em 2020, chegando a 67,9% na atual análise. A água de boa qualidade também vem aumentando: passou de 4,23% em 2010 para 7,2% em 2020, alcançando 11,3% neste ano. Com isso, a água boa e regular, que permite usos múltiplos e vida aquática, estendeu-se a 407 quilômetros do rio – o que representa 70,63% de todo o trecho monitorado. Como explica Gustavo Veronesi, coordenador técnico do projeto Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, os índices de  qualidade de água regular e boa são fundamentais para promover a segurança hídrica no estado de São Paulo. “Essa condição permite o uso múltiplo da água para abastecimento humano, público, irrigação, produção de alimentos, pesca, atividades de lazer, turismo, navegação e geração de energia, além da manutenção dos ecossistemas e resgate da cultura nos municípios ribeirinhos, que têm sua história e desenvolvimento associados ao rio”, ressalta. A água com qualidade ruim, que representava 44,95% em 2015, foi reduzida a 25,3% no ano passado e caiu para 13,2% em 2021. Dessa forma, se em 2020 havia uma mancha de poluição atingindo 150 quilômetros do rio, em dois trechos não contínuos, este ano ela foi reduzida em 65 quilômetros ou quase 50%. [caption id="attachment_1090644507" align="aligncenter" width="640"] Rio Tietê em Salto, interior de SP.
Foto: Léo Barrilari