Fundação debateu turismo em UCs

02 de May de 2012

Ronald Sanabria, vice-presidente de Turismo da Rainforest Alliance, esteve no dia 24/04 no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília-DF, para falar sobre turismo sustentável em Unidades de Conservação. Uma realização da Fundação SOS Mata Atlântica, o evento contou com a participação de cerca de 30 representantes do governo, da academia e do setor privado. A Rainforest Alliance já deu treinamentos a funcionários dos ministérios de Turismo da Nicarágua e do Equador, entre outros. Para Mário Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação, “o grande desafio é implantar o turismo sustentável nas áreas protegidas no Brasil”. “As Unidades de Conservação ainda ficam fechadas como feudos”, afirma ele, ressaltando que a SOS Mata Atlântica iniciou esse diálogo com o especialista em turismo sustentável em 1995. Na opinião de Sanabria, investir mais em campanhas de conscientização para o turismo sustentável é uma estratégia eficaz de conservação ambiental, que alcança todos os atores envolvidos. Entre 1990 e 2000, por exemplo, países ricos em biodiversidade tiveram um aumento de 100% no turismo. Só o Peru teve um aumento na visitação de mais de 200%. E, mesmo com a crise econômica, o setor do turismo continua se mantendo ou crescendo. Sanabria ressalta ainda que os 40 países mais pobres do mundo têm o turismo como segunda maior fonte de renda.

Papel do consumidor

O consumidor tem papel importante na questão, já que a demanda pode contribuir para ampliar a oferta de serviços de turismo sustentável. Segundo pesquisa da Mintel, esse tipo de turismo deve crescer 25% a cada ano. Um estudo da Lonely Planet indicou que 93% das pessoas entrevistadas pretendem viajar de forma mais sustentável no futuro. E 75,4% dos leitores da Conde Nast Traveler afirmam que as políticas ambientais dos hotéis influenciam sua decisão de estadia. E não é só no turismo que as empresas têm se adequado com o aumento da preocupação ambiental. A certificação ambiental tem avançando em todos os setores da economia, com o uso de selos certificados como o Conselho de Manejo Florestal (FSC) e Rainforest Alliance. “Mais de 2.000 empresas privadas estão comprometidas com a certificação de seus produtos”, declarou Sanabria. No entanto, ele afirmou que é necessário mais envolvimento por parte das universidades no que se refere à assistência técnica e capacitação.

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