Incêndios florestais se alastram pela Grande SP e ameaçam a Mata Atlântica e outros biomas

26 de August de 2021

Ao longo da última semana, uma série de queimadas vem atingindo as florestas de São Paulo. No domingo, 22 de agosto, enquanto um incêndio de grandes proporções destruía parte do Parque Estadual do Juquery, o Corpo de Bombeiros recebeu 1.270 chamados para incêndio em vegetação na Região Metropolitana da capital paulista. O fogo devastou ainda uma grande área na Serra do Japi, no sudoeste do estado, se alastrando por áreas dos municípios de Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar. Morro Agudo, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, chegou a decretar estado de calamidade pública por conta da alta incidência de incêndios na zona rural. Também foram registrados acidentes com fogo em residências e, entre sexta-feira (20) e domingo (22), quatro pessoas morreram em incêndios na Grande SP.  Segundo os meteorologistas do Centro de Emergências Climáticas (CGE), o percentual de umidade do ar no estado de São Paulo deve continuar longe do ideal, com valores mínimos próximos ou abaixo dos 20% no período da tarde – condições favoráveis para a propagação de incêndios.  [caption id="attachment_1090644481" align="alignnone" width="960"] Parque Estadual do Juquery -
Foto: Facebook/ Divulgação Prefeitura de Franco da Rocha
As queimadas são uma grande ameaça à Mata Atlântica, que, apesar de ser o bioma que concentra a maior parte da população e da indústria brasileiras, mantém apenas 12,4% de sua vegetação original. Segundo mapeamento do Projeto MapBiomas, entre os anos de 1985 e 2020 6,5% da área do bioma Mata Atlântica queimou ao menos uma vez, num total de 7,1 milhões de hectares.  Pela análise do Mapa da Lei da Mata Atlântica, houve até outubro do ano passado 17.133 focos de queimada em áreas de floresta, fazendas, beira de rodovias e outras regiões dentro do limite do bioma. O número de 2020 é ligeiramente maior que o do ano anterior (6,8%), mas o que mais preocupa a Fundação SOS Mata Atlântica é o aumento de focos de incêndio nas florestas nativas e em várias Unidades de Conservação (UCs), como parques e reservas.  Nas florestas nativas identificadas no Atlas da Mata Atlântica, houve 2.756 focos de incêndio em 2019 e 3.018 em 2020 – crescimento de 9,5%. Em Unidades de Conservação, o aumento foi de 4%, (de 902 para 938). Os mais afetados em 2020 foram o Parque São Joaquim (SC), com 30 focos, o Parque das Sempre Vivas (MG), com 22 focos, o Parque da Serra Geral (na divisa de Santa Catarina com Rio Grande do Sul), com 12 focos, e novamente na Serra do Gandarela (MG), com 11 focos, além de nove no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, no Rio Turvo e do Tainhas, no Parque Nacional da Serra da Bocaina.  [caption id="attachment_1090644477" align="alignnone" width="1040"] Fogo no estado de São Paulo
Foto: Loan Barbosa