Prêmio de Reportagem anuncia vencedores

22 de August de 2007

As reportagens de Miriam Leitão e Maria Zulmira de Souza veiculadas, respectivamente, no Jornal O Globo e no Repórter Eco da TV Cultura são as vencedoras anunciadas ontem na noite de entrega do Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica 2007. A cerimônia, promovida pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica (parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica), reuniu cerca de 300 jornalistas e formadores de opinião nesta terça-feira (21 de agosto), na Pizzaria Bendita Hora, em São Paulo. Ao todo, 15 finalistas foram premiados na cerimônia apresentada pela vereadora e comunicadora Soninha Francine. Em 2007, o Prêmio recebeu 92 inscrições na Categoria Impresso e 46 na Categoria Televisão, com participantes de 12 estados brasileiros. Conheça o resultado final e as reportagens premiadas:

Na categoria Impresso, os vencedores são:

1º lugar:

Miriam Leitão (em parceria com Sérgio Abranches), do jornal O Globo, com “O Rei da Mata Atlântica”, que narra a bela trajetória de Feliciano Miguel Abdalla, que em 1944 prometeu proteger a Mata da fazenda que adquiriu em Caratinga, Minas Gerais. De lá para cá, Feliciano – e após sua morte, sua família – combateu caçadores, recebeu pesquisadores internacionais, garantiu a conservação dos muriquis do norte e criou um exemplo de sucesso em sua Reserva Particular do Patrimônio Natural..

2º lugar:

Sérgio Adeodato, da Revista Horizonte Geográfico, com “Uma Chance para a Mata Atlântica”, que descreve o esforço para a implantação de corredores de biodiversidade em regiões estratégicas para a conservação, com destaque para o Corredor Central da Mata Atlântica, que vai do Recôncavo Baiano ao Sul do Espírito Santo.

3º lugar:

Liana John, da Revista Terra da Gente, com “As sem-vertigem”. O texto descreve as Sinningia ou “rainhas-do-abismo”, uma família de plantas muito apreciada e pesquisada no exterior e pouco popular no Brasil. Elas possuem flores de tamanhos muito diversos, mas têm em comum a preferência por paredes verticais, muitas vezes em locais altos. São raras, mas encontradas em várias áreas de Mata Atlântica e já estão sendo foco de excursões de observação semelhantes às realizadas mundo afora pelos birdwatchers.

Menções honrosas para:

Amália Safatle, da Revista Página 22, com “O Canto e a Conta da Natureza”; Maristela Machado Crispim, do Diário do Nordeste, com “Mata Atlântica - Oásis do sertão”; Maura Campanili, da Revista Terra da Gente, com “Herança Compartilhada”; e Ricardo Zorzetto, da Revista Pesquisa Fapesp, com “Texturas da floresta”.

E na categoría Televisão:

1º lugar:

Maria Zulmira de Souza, do Repórter Eco da TV Cultura, com “Expansão urbana /litoral”, sobre a expansão urbana no litoral norte de São Paulo e os problemas que isso traz para os remanescentes do bioma mais ameaçado do Brasil.

2º lugar:

Beatriz de Castro Serra, da TV Globo Nordeste, com “O retorno a Murici”, que retrata a Estação Ecológica de Murici, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica no Nordeste, também foco da matéria com a qual ela ganhou o Prêmio em 2006. A reportagem foi veiculada no programa “Nordeste, Viver e Preservar” e mostra uma região prioritária para a conservação cercada por plantações de cana-de-açúcar.

3º lugar - empate:

André Trigueiro, do programa Cidades & Soluções da Globo News, com “RPPN”, um retrato do avanço das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as RPPNs. Esta categoria de Unidade de Conservação privada protege os remanescentes florestais que existem dentro de propriedades particulares. Márcia Bongiovanni, do Repórter Eco da TV Cultura, com “Mudanças / Lei”, que aborda a aprovação da Lei da Mata Atlântica, projeto do então deputado federal Fabio Feldmann que esperou 14 anos no Congresso e foi finalmente sancionada no final de 2006.

Menções honrosas para:

Aline Resende de Carvalho, da Rede Minas de Televisão, com “Parque Estadual do Rio Doce”; Emerson Ramos, da Rede Record de TV, com “Mata Atlântica destruída por causa do granito”; José Raimundo Oliveira, da TV Bahia, com “Ampliação e criação de parques e reservas da Mata Atlântica”; e Vera Diegoli, da TV Cultura, com “Corredor de Biodiversidade – Bahia”. “Estamos muito satisfeitos e felizes com o resultado do evento, que veio celebrar e coroar a qualidade do jornalismo ambiental sobre Mata Atlântica no país. Recebemos um retorno muito positivo dos jurados sobre a crescente melhora dos textos e conteúdo das reportagens inscritas”, comenta Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica. “A conservação de um bioma tão povoado como a Mata Atlântica passa pela conscientização da população em geral e os jornalistas são aliados essenciais para que a sensibilização aconteça de forma efetiva e qualitativa junto aos mais diversos públicos”, observa Luiz Paulo de Souza Pinto, diretor do Programa Mata Atlântica da Conservação Internacional. Na categoria Impresso, a edição 2007 foi avaliada por Adalberto Marcondes (diretor da Agência Envolverde), Roberto Vilar Belmonte (pesquisador e jornalista especialista em Meio Ambiente), Patrícia Palumbo (jornalista da Rádio Eldorado), Ricardo Ribeiro Rodrigues (coordenador do Programa Biota/FAPESP e professor doutor da Esalq/USP) e Paulo Lyra (mestre em Comunicação, atualmente no Programa de Comunicação para Prevenção da AIDS da OPS). Na categoria Televisão, os jurados deste ano são Francisco César Filho (cineasta, criador e organizador da Mostra do Audiovisual Paulista), Camilo Tavares (diretor e roteirista), Sérgio Túlio Caldas (jornalista, escritor e roteirista), Denise Marçal Rambaldi (diretora da Associação Mico-leão-dourado) e Luciano Candisani (fotógrafo especializado em meio ambiente e conservação). O concurso é promovido pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica em parceria com o Centro Internacional para Jornalistas e a Federação Internacional de Jornalistas Ambientas. No Brasil, conta com o patrocínio exclusivo da Colgate-Palmolive/Sorriso Herbal. O vencedor do primeiro lugar em cada uma das categorias vai participar do II Congresso Latino-americano de Parques Nacionais e Outras Áreas Protegidas, que acontece a partir de 30 de setembro, em Bariloche, na Argentina. Os segundos e terceiros colocados em cada categoria receberam R$ 5.000 e R$ 2.500, respectivamente. Em caso de empate, o valor é dividido.

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