Rota da restauração

Série de reportagens mostra a rotina de plantar árvores em grande escala e desvenda
a complexidade de devolver floresta à Mata Atlântica

Foram 1.396 Km, em nove municípios paulistas e mineiros. Histórias de vida e diferentes realidades da restauração florestal da Mata Atlântica. Da mobilização em torno da fé em Aparecida do Norte (SP) à demanda da alimentação saudável em Piranguçu (MG) ou à segurança energética em Promissão (SP), a expedição descortinou o mundo que vibra por trás do ofício de plantar árvores. Personagens, muitas vezes invisíveis, representantes da cadeia produtiva de uma atividade que se multiplica como solução contra a emergência da mudança climática global. 
As reportagens mostram a saga de como ter a floresta de volta no bioma mais devastado do País – um trabalho realizado pela Página 22, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, à frente do Florestas do Futuro.
O programa completa vinte anos na aproximação entre quem doa mudas e quem precisa plantar para restaurar a natureza – crescente demanda na Década da Restauração de Ecossistemas da ONU.
Textos de Sérgio Adeodato, com fotos de Juan Ribeiro.

TODAS AS REPORTAGENS

A fé que restaura montanhas

Aparecida/Guaratinguetá (SP)

Santuário de Aparecida planta florestas em áreas do entorno como segurança hídrica
para o complexo turístico, em projetos que reforçam um novo ciclo econômico
baseado em árvores nativas no Vale do Paraíba.

Viveirista, profissional do clima

Lorena (SP)

O sucesso da restauração florestal começa na coleta de sementes e produção de
mudas, com mão-de-obra cada vez mais estratégica diante das demandas
socioambientais do planeta.

Paixão por restaurar

Piranguçu (MG)

O empresário que aposta nos negócios com a vida saudável embarca na saga de
recuperar floresta e mobilizar propósitos que fortalecem a marca e dão sentido a
novos hábitos.

Valores por trás da xícara

São Sebastião da Grama (SP)

Fazendas do Vale da Grama, reduto cafeeiro de qualidade para exportação,
incorporam a restauração da Mata Atlântica como diferencial de mercado e ganhos de
produtividade contra riscos da mudança climática.

Os mangas-largas, as florestas e as águas

Jaguariúna (SP)

Propriedade obtém apoio para restaurar a vegetação nativa e cumprir a lei florestal com
mudas viabilizadas pela compensação obrigatória de impactos ambientais de
empreendimentos no estado de São Paulo.

Onde a onça bebe água

Promissão (SP)

Restauração florestal das margens do reservatório e entorno de usina hidrelétrica
beneficia pequenos produtores, reduz riscos climáticos à segurança energética e traz
de volta a biodiversidade.

Mudança de Escala

Itu (SP)

Programa Florestas do Futuro, pioneiro na restauração da Mata Atlântica, completa 20
anos de inteligência na produção de mudas, prospecção de áreas, técnicas de plantio,
monitoramento e articulação com produtores, empresas e poder público.

Números da restauração nas iniciativas da SOS Mata Atlântica

2.158

Projetos

44.607.320

Mudas

24.762

Área (ha)

1.700

Proprietários beneficiados

Faces da cadeia

Gente que faz a diferença nos vários elos da restauração florestal
Ana Luísa Taschetto, Santuário de Aparecida, Aparecida do Norte (SP)
“É muito importante reconectar as crianças e suas famílias com a Mata Atlântica de onde vivem”
Diogo Dias, Fazenda Recreio, São Sebastião da Grama (SP)
“Os produtores só têm a ganhar mantendo áreas de preservação”
Douglas Pontes, Humus, Aparecida do Norte (SP)
“Sem essa nova atividade, estaria tirando leite de vaca como muitos na região”
Leandro Farkuh, Floresta Bio2, Piranguçu (MG)
“A regeneração da natureza inspira mudanças de atitudes e sentimentos”
Mariana Roseira, SOS Mata Atlântica, Itu (SP)
“Um caso de amor com as plantas”
Mauri Roberto de Toledo, MR Ambiental, Jaguariúna (SP)
“O trabalho de hoje compensa o que fiz no passado. Derrubei muita árvore centenária com o trator, quando o padrão mandava”
Suelen Joia, viveiro Atacadão Florestal, Lorena (SP)
“Para o sucesso no viveiro é preciso estar em conexão com a natureza e saber que contribui com o clima do planeta”
Sônia Maria de Souza, Assentamento Dandara, Promissão (SP)
“Falta mais informação e sensibilização sobre a necessidade de repor árvores e os impactos do clima”
Roberto Cândido, SOS Mata Atlântica, Itu (SP)
“Além de sol, chuva e longas caminhadas em relevo íngreme ou brejos, há sempre o risco de picadas cobra, carrapatos e espinhos”

Galeria cenas da expedição

MAKING OF

No roteiro por estradas em São Paulo e Minas Gerais, as equipes da SOS Mata Atlântica e da Página22 colocaram o pé no barro, subiram morros, andaram em trilhas, enfrentaram muito sol e carrapato. Sentiram, por uma semana, a rotina prática de quem trabalha com a restauração florestal do bioma. E conheceram inspirações, expectativas e sonhos de quem aposta no desafio.

Patrocínio

Parceria